Ligados a Almada desde a sua criação, os UHF constituem um fenómeno de longevidade e de popularidade no panorama da música portuguesa.
Tal como aqueles que têm duas datas de nascimento, a verdadeira e a do dia em que foram registados, os UHF tiveram o seu primeiro concerto oficial no dia 18 de Novembro de 1978, na discoteca Brown's, em Lisboa, mas a verdade é que, uns dias antes, tinham actuado no bar É, aos Capuchos. Nos dois concertos também actuaram os Faíscas (com Pedro Ayres Magalhães) e ambos tiveram António Sérgio na assistência.
Em 1979 gravaram o primeiro disco, “Jorge Morreu”, para a editora Metro Som, sem sucesso. Muitos concertos depois e conquistando o entusiasmo do público, vão para a Valentim de Carvalho e lançam, em 1980, “Cavalos de Corrida”. Por essa altura são considerados, a par de Rui Veloso, os fundadores do movimento “rock português”.
Em 1981 recebem o Prémio da Casa da Imprensa (revelação) e vendem mais de 100 mil discos. Um ano depois gravam o seu último disco na Valentim de Carvalho - “Estou de Passagem” - e, ainda nesse ano, editam o LP "Persona Non Grata".
Proeza foi a gravação de “Ao Vivo em Almada – No Jogo da Noite””, o primeiro disco do universo rock gravado ao vivo em Portugal.
A banda vai mudando de músicos, à excepção de António Manuel Ribeiro, alma mater do grupo e da empresa que faz mexer os UHF. E os UHF vão mudando de editora (também estiveram na BMG) até se tornarem editorialmente independentes.
Vamos ter UHF nas Festas da Charneca de Caparica, um concerto (e já lá vão cerca de 1.700, em Portugal e no estrangeiro...) integrado na sua digressão 2016, sob o lema “o melhor de 300 canções”. Para nos lembrarmos de “Rua do Carmo”, de “Brincar com o Fogo” ou de “A Lágrima Caíu”. E para aplaudir António Manuel Ribeiro e os restantes elementos dos actuais UHF: António Côrte-Real (guitarra), Luis “Cebola” Simões (baixo), Ivan Cristiano (bateria) e Fernando Rodrigues (músico convidado, teclas e bandolim).