Cruzeiro de Vale de Rosal

Cerca do ano de 1659, é erigido, por iniciativa do Padre Procurador-Geral do Brasil, um cruzeiro numa brenha da Quinta de Vale de Rosal, no local onde outrora existira uma tosca cruz de madeira que fazia parte de um conjunto de cinco cruzes que marcaria o caminho percorrido pelos jesuítas em oração, muitas vezes em ladainha cantadas.

No meio do mato destaca-se uma enorme cruz de pedra, assinalando às gerações vindouras aqueles que pela sua fé foram martirizados e mortos. Muitos atribuem a este local a designação de Monte da Cruz, muito embora o mesmo pudesse ser dado ao local em que haviam sido erigidas cada uma das cinco cruzes referidas.

Na sua base podemos ler duas inscrições:

Na face voltada a nascente

"Para caminhante! A cruz que aqui vês é o monumento De tanta glória Pois memora tantos triunfos na sua frente Quantos são os triunfantes mártires que recorda Sob os vencedores auspícios dessa cruz O P. Inácio de Azevedo junto aos Quarenta companheiros consagrou Piedosamente a Deus este lugar Ano CVM D 1659"

Na face voltada para a casa:

"Aos quais E em sinal de amor e para perpetuar A glória ergueu devotamente esta cruz de Mármore em nome dos seus Brasis Padre ////////////o Procurador Geral Do Brasil Ano D 1659”

O Cruzeiro erguido no designado Monte da Cruz, onde outrora existia uma das cinco cruzes de madeira que faziam parte de um caminho que os jesuítas percorriam em oração, muitas vezes em ladainhas cantadas, viu a sua cruz de pedra muitas vezes derrubada, devido a intempéries naturais, ou por razões anticlericais ou, simplesmente, para roubarem o chumbo que a segurava à base.

É reconstruída a cruz no ano de 1886 depois de ter sido derrubada por um violento temporal e após a Quinta ter voltado à posse dos jesuítas, agora do Colégio de Campolide.

Na primeira metade do século XX, em tempo de grande seca em que todas as culturas se perderiam, o povo da Charneca de Caparica foi em procissão vinda da Quinta de São Francisco dos Matos ao Cruzeiro pedindo a bênção da chuva. Segundo contam os mais antigos, pouco depois da chegada da procissão ao Monte da Cruz, junto ao Cruzeiro, se abriram as fontes celestes e choveu na Charneca de Caparica.

Em 1989, aquando das comemorações do centenário da reedificação da Capela de Vale de Rosal e quando se perspetivava comemorar os "cinco séculos de evangelização e encontro de culturas" saiu da sala da portaria da Quinta de Vale de Rosal uma cruz de madeira que foi levada em procissão para a Igreja Paroquial de Charneca de Caparica.

Com esta cerimónia muito simples pretendeu-se marcar o retomar da evocação pública dos 40 Mártires de Vale de Rosal, que sob a orientação do P. Inácio de Azevedo, foram martirizados em 1570, quando se dirigiam para o Brasil em missão de evangelização.

No ano de 1992 os proprietários da Quinta de Vale de Rosal mandaram construir uma nova cruz em mármore que na atualidade faz parte integrante do Cruzeiro.

Atualmente (2014), embora o Cruzeiro de Vale de Rosal se mantenha na mesma localização geográfica, encontra-se completamente descaracterizado quer quanto ao acesso popular, feito através de uma estrutura apropriada a partir do fundo da Rua da Quinta da Saudade, quer no que diz respeito à visibilidade, após a construção do troço Palhais/Quinta da Queimada (nó) da AE33.

Texto de Víctor Reis

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